Atividades da BESM no ano letivo 2015/2016

DIA DO AGRUPAMENTO - PERCURSO LITERÁRIO

 “Braga Pitoresca ou a verdadeira Cyntra do Norte”
                             Pereira Caldas, lente de Matemática do Liceu Nacional de Braga – 1857



No Dia 22 de abril,Dia do Agrupamento, pelas 15.00 h., tendo como pretexto  autores/escritores com as mais diversas ligações a Braga, realizamos o nosso percurso literário, centrado na Escola Sá de Miranda e na Cidade de Braga.

 Braga está presente na bibliografia de alguns nomes mais proeminentes da literatura e cultura portuguesas: Sá de Miranda; Antero de Quental; Pereira Caldas; Eça de Queirós; Maria Ondina Braga; Camilo Castelo Branco; D.João de Castro; José Valdez; Júlio Dinis; Joaquim Leitão; Azevedo Coutinho, João Penha; Miguel Torga, Luiz Pacheco, Sebastião Alba; Rafael Bordalo Pinheiro, L. Vaz Freitas, Arthur William Costigan, Camilo Pessanha, Cândido Eiras… entre outros, são apenas alguns dos nomes que se inscreveram na história e cultura desta região. Estes escritores/autores consagrados nasceram, visitaram, viveram em Braga ou escreveram sobre a cidade e/ou sobre a Escola Sá de Miranda.

Ao longo da visita, foi fornecida informação específica sobre o escritor, a sua ligação ao local e a respetiva obra, com leituras de excertos de textos.

 

Concurso Nacional de Leitura

 

No dia 22 de abril, os alunos do Agrupamento Sá de Miranda participaram na 2ª fase do Concurso Nacional de Leitura, que se realizou, este ano, em Barcelos

Trajetórias

No dia 21 de abril, apresentamos, no Auditório da Escola Sá de Miranda, a nossa revista – Trajetórias, este ano dedicada ao tema – A Escola. Esta publicação é o resultado da compilação de todos os textos reunidos, após  convite endereçado a toda a comunidade educativa, a quem aqui agradecemos. À semelhança de anos transatos, participaram, também, alguns dos protagonistas, que fizeram parte desta instituição, e que se dedicam a que esta se torne cada vez mais afirmativa e valorizada na nossa sociedade e na nossa região.

A revista está, também, disponível em formato digital na webpágina do Agrupamento.

 

Maria do Céu Nogueira

Recebemos, no Dia 13 de abril, pelas 10.00h,na  Biblioteca Antiga da Escola Sá de Miranda  a escritora Maria do Céu Nogueira.

Antiga aluna do Liceu Sá de Miranda, Maria do Céu Nogueira, veio-nos apresentar o seu último livro – A Ilha da Promissão.

 

Moita Flores

Moita Flores esteve, no dia 18 de março, no Teatro da  Escola Sá de Miranda e prendeu uma plateia de 150 alunos e professores com o seu discurso marcado pelos afetos e sobretudo pela sua crença na humanidade. Deixou sem dúvida em todos nós uma mensagem de esperança e desafiou-nos a assumirmo-nos na nossa essência, deixando emergir o melhor de cada um de nós. Na sua forma simples de ser e de estar falou-nos das suas obras com tal emoção que nos abriu o apetite para a leitura dos seus livros.

Obrigado Dr. Moita Flores, bem-haja pela sua visita.

 

Semana da Leitura 2016 no AESM - 22 a 26 de fevereiro

As Bibliotecas do nosso Agrupamento programaram várias atividades para a Semana da Leitura 2016 tendo como base o tema “Elos de Leitura”

Fernando Aldeia - Momentos de Poesia

Em parceria com a junta de freguesia de S. Vicente recebemos, no  dia 22 de fevereiro,  o escritor Fernando Aldeia que apresentou o livro “Da Pedra ao Sal/Do Sal à Espuma”. Foi uma das atividades previstas para a Semana da Leitura e constituiu um momento importante para promover o gosto pela leitura.

Alunos do 1º ciclo nas bibliotecas da Escola Sá de Miranda

Nos dias 20 e e 27 de janeiro, os alunos do 1.º ciclo experimentaram um dia de aulas na Escola Sá de Miranda. Assistiram a uma aula de Português na biblioteca, tendo tido a oportunidade de conhecer a biblioteca antiga com todas as suas preciosidades.

 

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “PINÓQUIO DITIRÂMBICO"

Ricardo Fiúza

 Dia 14 de Janeiro, pelas 10H00, foi inaugurada a Exposição “Pinóquio Ditirâmbico” de Ricardo Fiúza, no auditório da Escola Sá de Miranda. Ricardo Fiúza, professor e artista plástico, marcou presença na inauguração e apresentou o seu trabalho a um público muito heterogéneo, desde alunos do 2.º ciclo do ensino básico a alunos do secundário. Perante uma plateia abastada, o autor tentou revelar alguns segredos na exploração das diferentes técnicas de expressão dos trabalhos apresentados.

A exposição parte da adaptação livre das aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi. Do rudimentar Pinóquio, feito de um bocado de madeira, pelo carpinteiro Gepeto, até aos robots dos nossos dias e principalmente dos que serão construídos no futuro. Questiona e procura plasmar a permanente relação difícil entre o criador e as suas criações. Com a maior autonomia e sofisticação dos robots, o que poderá acontecer ao relacionamento entre a máquina e o homem?

O que poderá acontecer ao Pinóquio? E ao Gepeto?

Tentando responder a estas questões, o autor criou várias séries de trabalhos que vão desde aguarelas, a desenhos e a pinturas que com as suas cores, delicadeza e movimento fizeram a delícia dos alunos ficando deambulando no imaginário de cada um.

A exposição encontra-se aberta ao público, durante o horário de funcionamento da escola, podendo ainda ser visitada por grupos, carecendo para tal de marcação prévia.

Tia Guida

André Fernandes

NO DIA 28 DE JANEIRO, PELAS 10.00H, NO AUDITÓRIO DA ESCOLA SÁ DE MIRANDA, RECEBEMOS ANDRÉ FERNANDES QUE NOS FALOU DO SEU LIVRO TIA GUIDA, UM LIVRO SOBRE CANCRO, TANTO PARA AQUELES QUE O TÊM, COMO PARA AQUELES QUE O VEEM TER.

André Fernandes nasceu a 1 de Fevereiro de 1991, em Lisboa.

Aos 21 anos, licenciou-se em Ciências da Comunicação (vertentes de Jornalismo e Cinema/TV) através da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Um ano depois, publicou a sua primeira obra. “Tia Guida“, um livro onde fala da experiência que viveu ao lado da sua tia Margarida – a sua mãe de amor – no momento em que a vida a forçou a enfrentar um cancro terminal. O livro fala da perspectiva dos doentes, mas também – e principalmente – da perspetiva de todos os que, no amor que têm, acompanham a doença de perto. É um livro sobre cancro, tanto para aqueles que o têm, como para aqueles que o veem ter, mas, acima de tudo, para lá da doença, é um livro sobre Amor. Encontra-se, actualmente, na 5ª edição.

Com 24 anos, depois de alguns meses a trabalhar no departamento comercial da Mr.Refs – uma empresa de Recrutamento – lança agora o seu mais recente projecto: A+. Um programa de entrevistas que pretende seguir o tom intimista do livro que o lançou. Um programa que se baseia na crença de que a vida é uma escola e de que todos temos algo a ensinar e aprender, nesta enorme sala de aula que é o mundo. Porque na vida, no que diz respeito e ensinamentos e aprendizagens humanas… A+

" O GOSTO DOS PARADOXOS E OS PARADOXOS DE QUE GOSTO"

DR. JOSÉ PAULO VIANA

 

Dia 7 de janeiro, pelas 10.00 h., recebemos o Dr. José Paulo Viana, antigo aluno desta instituição, no Teatro da Escola Sá de Miranda, para nos ser apresentada a sessão denominada “ O gosto dos paradoxos e os paradoxos de que gosto”.

José Paulo Viana é professor aposentado do ensino secundário e membro da Associação de Professores de Matemática (APM), no âmbito da qual tem desenvolvido uma intensa atividade como divulgador, proferindo palestras e apoiando projetos de matemática em escolas de todo o país. Além dos “Desafios” do Público é autor de “Uma Vida Sem Problemas - A Matemática nos Desafios do Dia a Dia”.

José Paulo Viana, perante um auditório de 200 alunos e professores, apresentou variadíssimos paradoxos, no âmbito da literatura, do cinema, da filosofia, da matemática, da vida…

Apresentamos, aqui, alguns paradoxos, que foram sido lidos, analisados e refletidos ao longo da sessão:

  • “ Não aceitaria fazer parte de um clube que me aceitasse como sócio” – Groucho Marx
  • “Tudo deve ser discutido, sobre isso não há discussão” – Pitigrilli
  • “ A regra é o estado de exceção em que vivemos.” – Walter Benjamim
  • “Podes dizer tudo o que quiseres, desde que não digas tudo o que queres.” – Ariel Dorfman
  • “Se não existisse a possibilidade de suicídio, já me teria suicidado há muito tempo” – Cioram
  • “ Se Deus me der força e saúde hei de provar que ele não existe.” – Millôr Fernandes
  • “Um governante que se rodeia de assessores mais competentes do que ele, é mais competente do que eles. “– Millôr Fernandes

 

O nosso agradecimento a todos os que participaram nesta atividade!

 

COLÓQUIO “OS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES E A GLOBALIZAÇÃO”

Dr. Jorge Brandão

 

O colóquio, subordinado ao tema “Os descobrimentos portugueses e a globalização – A propósito dos 600 anos da conquista de Ceuta (1415-2015)”, teve lugar no dia 17 de dezembro, pelas 10:00, no Teatro da Escola Sá de Miranda.
No passado dia 22 de agosto, completaram-se 600 anos da tomada de Ceuta por uma expedição comandada pelo próprio rei D. João I. Nessa data, iniciou-se um processo de expansão territorial, marítima, económica, política, militar e religiosa que levou Portugal a afirmar-se como potência mundial. A criação de um império marítimo em rede nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico deu origem ao controlo do comércio global, durante mais de 100 anos.
É no âmbito da comemoração daquela data que se realizou o colóquio com a presença do professor Jorge Alberto Brandão Soares de Carvalho, Coordenador da Biblioteca/Centro de Recursos Educativos da Escola Secundária de Amares, desde 1999.

 

 

Estamos Pobres! ” 

Francisco Vieira da Silva

 

No dia 5 de novembro, pelas 10.00h,recebemos o autor, Francisco Vieira da Silva, da obra “Estamos Pobres! ” – O grito de silêncio de Braga em 1930,

no auditório da Escola Sá de Miranda.

 

A história é pertença da humanidade! Evocá-la é um direito de qualquer cidadão.

É com Abel Pereira de Andrade – que o autor fez nascer (1868), em Braga, que podemos fazer uma viagem ao passado. Oriundo de uma abastada família, dela recebe não só uma grande herança material, mas também um precioso testamento espiritual: “Lembra-te: se ouvires e respeitares o próximo, terás e serás o que quiseres!”

O seu percurso académico - desde os bancos do Liceu Nacional de Braga, passando pelas cadeiras da Universidade de Coimbra, acabando na aprendizagem a que se dedicou para a vida profissional (jamais se esquecerá dos conselhos que, em 1892, D. Antónia Adelaide Ferreira, a “Ferreirinha” a maior empresária da época lhe dá: “Ouça as vozes dos que sabem; siga a voz da sua consciência; não se meta na política, não arranje inimigos na política e muito menos confie negócios a políticos, e por último não dê ouvidos a bajulações porque daí só advêm problemas”, mas não menos importante: “Veja como se faz, faça como vê fazer”).

A sua vida social – as participações nos festejos de inaugurações: Elevador do Bom Jesus, luz eléctrica, Teatro Circo (não esquecendo o reverso da medalha, o desaparecimento do Teatro S. Geraldo), as tertúlias e os vários organismos de convívio existentes (interessante o retrato da vida social bracarense feito numa conferência, em 1911, com o título “UMA NOITE NO ATENEU”), mas não deixa de ser curiosa a elaboração cronológica da imprensa jornalística que desde 1836 existiu em Braga, feita após um convite de Álvaro Pipa para participar no reaparecimento do jornal O Correio do Minho.

O seu ambiente familiar – os valores recebidos de seus pais são os mesmos que aplica ao seu filho. Juntamente com Annie, a sua elegante esposa, formam um triângulo de harmonia e sobretudo de respeito mútuo que é cortado quando, no mesmo dia e quase à mesma hora e em locais bem distantes, a morte lhe arrebata a esposa (vítima de uma prolongada e dolorosa doença) e o seu filho (vítima de um acidente em França).

Abel vive e convive com os factos históricos de uma cidade que sempre acompanhou a senda do progresso, desde os tempos de senhorio dos seus Arcebispos (é referida a PRIMEIRA EXPOSIÇÃO AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DE BRAGA - a primeira na Europa, em 1792, promovida por D. Frei Caetano Brandão; e a EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS AGRO-INDUSTRIAIS DE BRAGA E PROVÍNCIA DO MINHO, em 1863) até ao papel preponderante da Câmara Municipal que teve em Lopes Gonçalves (1912) um presidente arrojado.

Braga, a cidade milenar gera histórias que fazem parte da História de Portugal!

Com o aparecimento do BANCO DO MINHO e da Associação Comercial de Braga (convém realçar que nos seus estatutos, no seu artigo 21º, está explícito o aparecimento da tal instituição) está encontrada a verdadeira razão do aparecimento deste livro.

Desde a primeira notícia do seu aparecimento (1864) até ao seu encerramento (1931), são páginas de história repletas de transcrições apoiadas quer nos relatórios das Direcções, quer na imprensa da época, quer da Comissão Administrativa eleita por força do Decreto nº 18.946 de 21 de Outubro de 1930.

O seu nascimento foi “uma hora feliz para si e para o País, porque lhe soube dar como que a independência, as normas, as funções, enfim, duma Caixa Económica da Região. Longe de especular, como estava em uso, preferiu os negócios, as operações absolutamente legítimas. Desde o seu início foi um Banco moral - e de honra” pode ler-se nas páginas do Diário do Minho, em 1928, pelas mãos de Manuel Araújo. Com o seu encerramento, e nas palavras de um dos Directores “Estava consumado, em cenas de tragicomédia, o acto mais revoltante da vida bancária moderna!”

A sua evolução chega ao ponto de ser a segunda instituição bancária do país, algo incompreendido aos olhos do poder governamental – podia lá ser um banco da província fazer frente à banca da capital? Exportando o nome da cidade de Braga a todos os cantos do país e no estrangeiro, talvez tenha sido a ambição desmesurada e a incúria de alguns dos seus directores, aliada à crise mundial de 1929, que o arrastou para a falência. Nas páginas que compõem o processo julgado no Tribunal de Braga (cuja sentença é proferida no dia 14 de Julho de 1936) encontramos os factos que deram origem – na opinião do Ministério Público, a tal processo de falência.

Mas a verdadeira justiça, a justiça humana, não existiu.

Nesta e nos pratos da balança vemos que num lado estão os directores que com maior ou menor responsabilidade foram julgados e condenados, no outro está apenas um homem - Oliveira Salazar. Nunca se saberá a verdadeira razão que o levou a tomar esta atitude.

Detentor por si só, da força necessária ao seu encerramento, bastava a sua assinatura para o evitar. Se o fizesse ficaria na história como um verdadeiro juiz. Mas não! Optando pela maneira mais rápida e insensata de julgar, fê-lo de uma maneira atroz sem se condoer pelo infortúnio aos milhares de pessoas que directamente foram vítimas: os accionistas que no dia 20 de Outubro de 1930 tinham as acções cotadas a 113$00 para no dia seguinte valerem zero, com o argumento flácido que os rendimentos que já haviam recebido se sobrepunham à perda do momento; os depositantes que sem quaisquer culpas são as verdadeiras vítimas neste jogo de interesses e viram o seu pecúlio escamoteado para no final serem reembolsados numa percentagem de 45,36%;  os funcionários que são lançados no desemprego e se uns conseguiram reequilibrar a sua vida profissional que dizer dos reformados? Mas não podemos esquecer as outras vítimas que indirectamente sofreram com esta decisão levando a miséria a centenas de lares. Os operários das inúmeras fábricas e os empregados das casas de comércio encerradas, não contando aqueles que foram despedidos apenas porque os seus patrões ficaram sem dinheiro.

A dor, o desespero, as aflições causadas por este acto reflectido e bem ponderado estão sintetizados na voz de D. Manuel Vieira de Matos, Arcebispo de Braga, que tendo conhecimento da notícia, exclama: “Estamos pobres!”

Este grito silencioso, em tom profético, leva-nos a pensar que o futuro do passado é a triste realidade do presente e a relembrar a frase do representante máximo da igreja bracarense – “Estamos pobres!”

Mais que uma expressão, fica no ar apenas a pergunta: saber-se-á, algum dia, quais as razões levaram Salazar a tomar esta atitude?

É uma pergunta pertença da história. E a história é pertença de humanidade!